Eu um mártir?

Você é um mártir? Gostaria de ser um? Essas são perguntas que podem assustar, alguns podem pensar de maneira tímida “não gostaria, mas se não tiver jeito…”. É uma pergunta estranha, mas isso ocorrer por causa do que a palavra significava no passado e o que significa hoje. Nesse breve artigo quero te convidar a refletir sobre o que significa ser um mártir e por que todo cristão deveria ser um.

A palavra em questão vem do grego μάρτυς (mártys) que significava na época do Novo Testamento algo diferente de nosso entendimento moderno. Originalmente a palavra significava “testemunha”, e era usada: para testemunhas de uma conversa com fins de comprovar o ocorrido (Mt 18.16); para se referir aos discípulos como testemunhas da ressurreição corpórea e gloriosa de Jesus (Lc 24.48); para a missão da igreja após a descida do Espírito Santo por toda a terra (At 1.8); para se referir a Deus como testemunha dos desejos e esforços de Paulo (Rm 1.8, Fp 1.9); para se referir aos irmãos do passado que formam uma nuvem de testemunhas cujo exemplo nos inspiram na caminhada (Hb 12.1); para dizer que Jesus é a fiel testemunha (Ap 1.5). Mas, com o início das perseguições aos cristãos nos primeiros 3 séculos depois de Cristo, o termo passou a ter um novo significado. Os cristãos que testemunhavam que Jesus é o Rei dos Reis, o Senhor e não César passaram a ser atormentados e brutalmente assassinados por não negarem esse testemunho. Com isso, a palavra mártir, que significava testemunha, passou a significar alguém que morre por uma causa, essa mudança de significado foi escrita com o sangue de nosso povo, o povo de Jesus. 

Hoje devemos ser mártires, como testemunhas em todos os momentos, como mártires se necessário. Todo cristão deve ser uma testemunha da verdade, alguém que não muda o discurso ou se acovarda de dizer aquilo que sabe e acredita, aquilo que pela fé viu e experimentou na própria vida, a verdade de que Jesus é o Cristo, o Senhor, nosso Deus e Salvador (Tt 2.13). O Cristão precisa deixar sua luz brilhar através de suas palavras e atitudes, pois sem esse testemunho o mundo em trevas jamais verá a luz de Cristo (Fp 2.14-15). Hoje desfrutamos de liberdade religiosa em nosso país, devemos ser gratos por isso, porém, afrontas e perseguições ainda existem, ainda mais na arena pública, por isso, não nos acovardemos, pois se o fizermos no pouco, como seremos fiéis no muito?

Que Deus nos ajude a testemunhar da luz do evangelho em nossos cultos, reuniões, conversas, entregas de cada dias, atitudes e postura pública, que a Igreja Presbiteriana da Freguesia do Ó seja encontrada como uma igreja fiel, que sustenta, vive e prega como fiel testemunha o santo Evangelho do Rei Jesus.

Em Cristo, Rev. Günther

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