Jesus e a Páscoa

O que a Páscoa realmente significa para nós cristãos? O evento central do Antigo Testamento que marcou a libertação de Israel da escravidão egípcia apontava para algo muito maior: a obra redentora de Cristo na cruz e sua ressurreição. A Páscoa não era apenas um rito memorial; era uma sombra de uma realidade superior que se cumpriria plenamente na morte e ressurreição de Jesus. Vamos considerar as principais profecias e eventos do Antigo Testamento que se conectam diretamente com a Páscoa e encontram seu cumprimento em Cristo.

  • O Cordeiro Pascal e Cristo, o Cordeiro de Deus. Em Êxodo 12, Deus ordenou que cada família sacrificasse um cordeiro sem defeito e aplicasse seu sangue nos umbrais das portas. Esse sangue livrou Israel da morte, assim como o sangue de Cristo nos livra da condenação eterna (Jo 1.29; 1Co 5.7). João Batista anunciou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”, confirmando que Jesus era o verdadeiro sacrifício pascal.
  • Nenhum osso do cordeiro seria quebrado. O cordeiro pascal deveria ser comido sem que nenhum osso fosse quebrado (Êx 12.46; Sl 34.20). Essa profecia se cumpriu quando os soldados romanos, ao verem que Jesus já estava morto, não quebraram seus ossos (Jo 19.33-36). Isso confirma a perfeição do sacrifício de Cristo, íntegro e suficiente.
  • A Páscoa como libertação e a cruz como redenção final. A Páscoa celebrou a libertação de Israel do Egito (Êx 12.14), apontando para a libertação do pecado e da morte realizada por Cristo, que morreu exatamente no dia da Páscoa (Jo 19.14). A redenção do povo hebreu prefigurava a redenção definitiva operada pelo sangue de Jesus.
  • A Festa dos Pães Asmos e a pureza de Cristo. Após a Páscoa, iniciava-se a Festa dos Pães Asmos, onde todo fermento era removido (Êx 12.15-20). O fermento simboliza o pecado, e Jesus, o Pão da Vida (Jo 6.35), foi sem pecado (Hb 4.15), tornando seu sacrifício perfeito. Paulo exorta: “Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Celebremos a festa, não com fermento velho… mas com os pães sem fermento da sinceridade e da verdade” (1Co 5.7-8).
  • O sangue do cordeiro e a nossa justificação. O sangue nos umbrais impedia o juízo divino sobre Israel (Êx 12.13). Da mesma forma, o sangue de Cristo nos justifica e nos livra da ira vindoura (Rm 5.9). Assim como Israel foi poupado da destruição, somos salvos da condenação eterna por meio do sacrifício de Cristo.
  • A ressurreição e a esperança da vida eterna. O êxodo apontava para a redenção final em Cristo. Deus não é Deus de mortos, mas de vivos (Mc 12.27), e Ele demonstrou isso ressuscitando Seu Filho para nossa justificação (Rm 4.25). Se Cristo ressuscitou, temos a garantia de que viveremos com Ele eternamente (1Co 15.20-22).

A Páscoa nunca foi apenas sobre a saída do Egito. Era um anúncio profético de uma libertação maior. Jesus, o verdadeiro Cordeiro Pascal, morreu e ressuscitou para garantir que aqueles que estão sob seu sangue tenham vida eterna. Se os israelitas comeram a Páscoa apressadamente, prontos para partir rumo à terra prometida, hoje nós devemos viver aguardando a volta do nosso Redentor.

Em cristo, Rev Günther Nagel

 

Rua Estácio Ferreira, 166 – Freguesia do Ó, São Paulo – SP, 02926-050

© 2020 - Igreja Presbiteriana da Freguesia do Ó - Todos os direitos reservados